
O Estádio Cidade de Coimbra é o ponto de paragem nacional da digressão “Because What You Want & What You Get Are Two Completely Different Things Tour”, dos Guns N' Roses, que começou no início do mês na Coreia do Sul. Estão previstos cerca de 50 mil espetadores, apenas 20% oriundos de Coimbra ou da região em redor, com 80% dos fãs dos Guns N' Roses a chegarem de outros pontos do país.
Antes ou depois de saltar no estádio ao som destas músicas, saiba onde comer, ou simplesmente petiscar, na cidade dos estudantes.
Para um petisco rápido
Mijacão
O nome veio de um cão de loiça, com uma perna alçada, que fazia parte da decoração nos idos anos 40. Na cidade são poucos os estudantes que nunca por lá passaram, já que os preços em conta ajudam a encher o estômago quando as semanas são maiores que o dinheiro na carteira. As Bifanas, fritas, grelhadas ou em pão da avó, são as mais pedidas, até pelos comerciantes da Baixa, para uma refeição rápida. Regularmente há Moelas, Pataniscas de bacalhau, Posta de bacalhau frita, Iscas, Orelha, Omeletes, Salsicha e Sardinha frita. Preço médio: €15.
Rua Nova, 8, Coimbra. Tel. 239156997
Zé Manel Dos Ossos
A história deste espaço começa em 1959, como casa de pasto e de vinhos. Hoje a decoração desconcerta com recados, pensamentos e dedicatórias dos clientes, feitos em bocados de toalhas de papel pendurados pelos próprios, dando ao espaço um aspeto misto de caverna e clube secreto. Faz parte do imaginário da generalidade dos estudantes que passaram por qualquer uma das faculdades da Universidade de Coimbra. Vai-se pela comida, feita com apuro e por mãos treinadas. Os Ossos do espinhaço cozidos são a especialidade da casa, mas há uma recomendável Feijoada de javali, Arroz de feijão malandrinho com costeletinhas de porco e Polvo na brasa com molho especial, servidos como petisco. Termine com o Vomitado, uma sobremesa elaborada com doce de ovos. Preço médio: €25
Beco do Forno, 12, Coimbra. Tel. 239823790
Barracão O Cantinho dos Ossos
Da mesma maneira que a população se dividia entre a Académica e a União de Coimbra no que aos “Ossos do espinhaço” diz respeito, a disputa era entre o Zé Manel dos Ossos e o Quim dos Ossos. O último encerrou para reabrir sob o nome de Barracão O Cantinho dos Ossos, nos arredores da cidade, alimentando de novo a polémica. No Barracão O Cantinho dos Ossos, Emanuel Marques garante que “só de verem na ementa a palavra ossos, muitos torcem logo o nariz”. Mas “quem os prova normalmente gosta e acaba por se tornar cliente fiel”. Servidos com legumes e batata cozida, “há sempre a possibilidade de acrescentar uma dose de batata frita”. Fica o aviso: “Atenção que levam algum picante, o que não é para estômagos sensíveis.” Preço médio €20.
Rua Vale de Linhares, Coimbra. Tel. 239823146
Sabores da Romeira
“É a imagem da língua de vaca, na boca do animal, que causa repulsa a quem nunca provou, como os mais novos, que não estão habituados a esta alimentação mais tradicional”, explica Vítor Ventura, cozinheiro do restaurante Sabores da Romeira, em Coimbra. Aqui, a Língua de vaca é “estufada, mas précozida, e servida com grão”. O prato tem clientela fiel e está na ementa diariamente. No resto da ementa encontra “Costoleta de Novilho” e “Naco de vitela laminado”, “Lulas grelhadas com molho de manteiga” ou “Bacalhau cozido
com todos”. Preço médio €25.
Avenida João das Regras, 30, Coimbra. Tel. 239011865
Restaurante Santo António
“Em tempos idos, as Papas laberças eram uma iguaria comum na mesa do pobre e do rico, cuja origem vem da cozinha regional da Beira Alta”, lê-se nas redes sociais do Restaurante Santo António, em Coimbra. A papa ou sopa, dependendo da espessura, é “típica do inverno”. Jorge Manuel, proprietário, explica serem os mais velhos, quem mais procura o prato: “Os filhos fazem má cara ao ver a taça”. Ainda assim, garante que “é dos primeiros pratos a esgotar ao almoço, com clientes a virem comer religiosamente as Papas para regressar ao passado e à vida nas aldeias, onde era um prato comum”. Com algumas variações regionais, a receita é preparada com couve ou nabiça, farinha de milho, azeite e alho. Mas, avisa Jorge Manuel, “não é qualquer cozinheiro que as sabe fazer bem, como manda a receita tradicional”, com apenas seis ingredientes e a consistência certa. Prato de aproveitamento, as Papas laberças “acompanham com petinga frita” ou só com azeitonas. Preço médio €20.
Rua Capitão. Luís Gonzaga, 68, Coimbra. Tel. 966379524
Para uma refeição completa
Carolino
Abriu portas em maio de 2024, com uma proposta de valorizar os produtos locais e sazonais. À frente da cozinha está Vítor Pereira, cuja experiência internacional inclui passagens pelo Reino Unido, e ao seu lado Bruno Paiva, responsável pela produção de pães e pizzas artesanais utilizando fermentação lenta e natural. Do Baixo Mondego, o arroz carolino é protagonista em pratos como o “Carolino caldoso de peixe e marisco”, o “Carolino caldoso de tomate com filetes de peixe-galo” e a tradicional “Cabidela de galo à antiga”. Para os apreciadores de sabores mais sofisticados, o “Carolino caldoso de lagosta e búzio” é uma excelente escolha. Além dos pratos principais, oferece ainda uma seleção de pizzas Sourdough. Preço médio: €30.
Rua Figueira da Foz, 166, Coimbra. Tel. 239092846
Cordel Maneirista
Há 11 anos, Paulo Queirós trocou Santa Clara pelo lado do Portugal dos Pequenitos para se dedicar ao que mais gosta: cozinhar e servir com paixão. Todos os dias percorre mercados e matas em busca das melhores ervas e ingredientes para uma cozinha regional reinventada. Na ementa há arroz carolino do Baixo Mondego em várias versões, “Polvo à moda de Coimbra” e “Perdiz com castanhas”. No final, o premiado “Pudim das Clarissas de Coimbra” fecha a experiência com chave de ouro.
Rua Carlos Alberto Pinto Abreu, 4, Coimbra. Tel. 910822721
Arcadas
Três menus de degustação elevam a experiência gastronómica neste espaço: o Arcadas, o Jardim e o Tradição. Entre as criações mais emblemáticas que continuam a destacar-se, menção para o Herança, um bacalhau de cura amarela confitado em aromas cítricos, cremoso de tremoço de Cadima e creme de coco. Já o Vale do Mondego surpreende com arroz Carolino do Baixo Mondego IGP, caldoso de espargos e malagueta, pimenta e folhas verdes crocantes. Aconselha-se a harmonização com as sugestões do sommelier. Preço médio: €65.
Quinta das Lágrimas Palace, Rua António Augusto Gonçalves, Coimbra. Tel. 239802380
MA.Restaurante
Tornou-se destino gastronómico da cidade, havendo quem faça quilómetros para testemunhar a mestria de Ricardo Casqueiro na preparação do Menu Omakase, onde os clientes ficam nas mãos do chef. A sustentabilidade dita a ementa, bem como a sazonalidade e a disponibilidade dos produtos, incluindo preferencialmente peixes da costa portuguesa. Com 30 lugares, cada refeição equivale a ver um artista construir uma obra-prima, sabendo que dificilmente voltará a ser igual.
Rua do Norte, 13 Coimbra. Tel. 919999651
Notes Bar & Kitchen
Entre as mais recentes criações destaca-se o “Peito de pato com batata e molho de laranja”, o “Wellington de lombinho” e a “Bochecha de porco preto”. Criado à imagem do proprietário, com experiência no fine dining londrino, surpreende a cada estação. Além disso, as pizzas Sourdough mantêm-se como uma opção popular. Para finalizar, o irresistível “Brownie de chocolate com caramelo salgado” é uma sobremesa imperdível. Espreite a completa carta de vinhos. Preço médio: €35.
Rua Dr. Manuel Rodrigues, 17, Coimbra. Tel. 239151726
O Açude
A criatividade do chef Luís Apóstolo é evidente em pratos como a “Trouxa de perdiz e risoto de cogumelos do bosque” e o “Lombo de veado com puré de tupinambo, polenta fresca, frutos vermelhos e demiglace de chocolate negro”. A ementa é atualizada regularmente. Localizado junto ao Mondego, oferece uma experiência gastronómica única, combinando tradição e modernidade em cada prato, sempre harmonizados com a apurada sensibilidade de Rodrigo Serra. Preço médio: €40.
Avenida da Guarda Inglesa, 63, Coimbra. Tel. 239441638