Armando Manuel referiu que a reciclagem de ativos é uma iniciativa inovadora em África, para apoiar o continente africano a ultrapassar o 'gap' financeiro, sobretudo na construção de infraestruturas.

O presidente do Fsdea foi um dos oradores da mesa-redonda sobre Iniciativas Inovadoras de Financiamento para Infraestruturas em África, realizada no âmbito da 17.ª Cimeira de Negócios EUA-África, que se realiza em Luanda até quarta-feira.

Em declarações à imprensa, Armando Manuel referiu que a iniciativa é um mecanismo que prevê a venda do ativo a um privado com capacidade de operá-lo.

"E nesta transação mobilizarmos recursos para fazer novos investimentos, é apenas um dos mecanismos de inovação. Certamente isto requer que nós reforcemos a colaboração e o fundo soberano de Angola tem estado na liderança desta agenda com o fundo Africa50, do Banco Africano de Desenvolvimento, e com outras entidades, a mobilizar recursos e financiar infraestruturas, usando várias técnicas financeiras, uma das quais a reciclagem de ativos", referiu.

Segundo Armando Manuel, África enfrenta um 'gap' de financiamento anual de cerca de 100 mil milhões de dólares (89,5 mil milhões de euros), todavia, um trabalho preliminar indica que o continente tem cerca de cinco mil milhões de ativos, mas há pouca colaboração entre as instituições.

Armando Manuel salientou que o Fsdea tem estado na liderança desta agenda, em colaboração com o Fundo África50, do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e outras entidades para mobilizar recursos e financiar infraestruturas, usando várias técnicas financeiras, uma das quais a reciclagem de ativos.

Durante o debate foi levantada a questão dos riscos financeiros, tendo Armando Manuel afirmado que um investidor ocidental, sem um conhecimento do mercado local, tem uma perceção de risco diferente, daí que instituições como os fundos soberanos estão a tornar-se os novos atores que ajudam a mitigar o risco, oferecendo capital coinvestindo, "dando um conforto ao investidor privado".

"Os fundos soberanos são investidores institucionais, que estão associados a uma 'pull', de outros investidores, outros fundos de pensões (...) isto dá confiança aos investidores e eles sentem-se muito mais confortáveis para investir", realçou.

Na sua intervenção, o presidente cessante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Adesina Akinwumi, disse que esta instituição financeira criou o África50 como uma plataforma de infraestrutura privada e equitativa.

Adesina Akinwumi sublinhou que esta plataforma tem como único objetivo apoiar o desenvolvimento da infraestrutura com rendimentos de mercado.

"Estou feliz, e nos últimos oito anos do seu estabelecimento, a África50 se tornou uma plataforma globalmente respeitada, e investiu em um portfólio de projetos de infraestrutura que custou mais de 8 biliões de dólares (7,1 biliões de euros)", referiu.

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