O primeiro-ministro disse esta sexta-feira que o "tira-teimas" sobre as previsões do Banco de Portugal (BdP) só acontecerá no final de 2025, altura em que se verá se o Governo foi mais otimista do que o governador do BdP.
"Eu acho que o tira-teimas será no dia 31 de dezembro de 2025. Nós já só vamos conseguir definir esta diferença de opinião durante o ano de 2025 e, em concreto, no final do ano, quando o exercício orçamental acabar, e creio que, no essencial as perspetivas do Banco de Portugal não são diferentes", afirmou Luís Montenegro à chegada Serralves, no Porto, onde decorreu a reunião do Conselho de Fundadores da instituição.
O Banco de Portugal (BdP) estimou esta sexta-feira que o país vai regressar a uma situação deficitária em 2025, com um défice de 0,1% do PIB, o que contraria as projeções do Governo de um excedente orçamental. O chefe do Governo lembrou que as previsões do BdP são exatamente isso, previsões.
"São previsões. Em qualquer caso, elas aparecem um bocadinho em contramão, visto que não há mais nenhuma entidade que acompanhe o pessimismo que o senhor governador do Banco de Portugal, expressou do ponto de vista do da performance orçamental para o próximo ano", referiu
Luís Montenegro sublinhou que a posição do Governo "é de manter firmeza e confiança no cumprimento do objetivo de ter um superavit no próximo ano", acrescentando que a "situação está absolutamente controlada".
"O que eu posso dizer respeitando, naturalmente, a perspetiva do senhor Governador e do Banco de Portugal é que nós estamos sobre esse aspeto em concreto mais otimistas. É verdade que o Governador também disse que tudo dependia da execução e isso é um dado indiscutível", prosseguiu o primeiro-ministro.
Recorrendo aos números, Luís Montenegro destacou que há apenas uma "diferença de quatro décimas", explicando que o Governo prevê um 'superavit' de 0,3% do PIB e o Governador do Banco de Portugal, [Mário Centeno] "fala num défice de 0,1% do PIB".
"Evidentemente que o valor simbólico subjacente à posição do Governador do Banco de Portugal é grande, porque é a diferença entre ter défice ou não ter défice", acrescentou, garantindo "que não há nenhum motivo para alarme".