O PS acusou, esta sexta-feira, o Ministério da Educação de falta de seriedade na utilização de números sobre alunos sem aulas, alegando que estará a comparar realidades distintas entre 2023 e o presente que não são comparáveis.
Esta posição foi transmitida pela líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, numa conferência de imprensa em que contestou os dados sobre alunos sem aulas fornecidos pelo Ministério da Educação ao semanário Expresso.
Segundo o jornal Expresso, "há 2338 alunos que ainda não tiveram aulas a pelo menos uma disciplina, o que representa uma diminuição de 90% face aos quase 21 mil que se mantinham nessa situação no final do primeiro período do ano passado".
No entanto, Alexandra Leitão exigiu "seriedade" no tratamento dos números, considerou que o Ministério da Educação fez o mesmo do que comparar "um filme com uma fotografia" e pediu a rápida correção desses dados.
De acordo com a presidente da bancada socialista, nesta questão de alunos sem aulas, uma coisa é o universo de estudantes que esteve sem aulas em algum momento do atual período escolar e outra coisa é o universo que esteve sem aulas continuamente.
"São dois universos distintos. O que o ministro da Educação [Fernando Alexandre] fez foi comparar o número de alunos que, em 2023, numa fotografia, estava sem aulas num dado dia com o número de alunos que, desde o início do ano letivo, estive continuamente sem aulas, quer em 2023, quer agora", sustentou.
Alexandra Leitão afirmou que o universo de 21 mil que o ministro da Educação utiliza como comparação tem no fundo inseridas duas realidades distintas: os alunos que na mesma data de há um ano estavam sem aulas naquele momento, e os que estavam em 2023 sem aulas desde o início".
"Dos 21 mil de 2023, estavam dois mil há um ano sem aulas desde o início do ano letivo e 19 mil estavam sem aulas naquele momento", completou.
Ou seja, para Alexandra Leitão, antiga secretária de Estado da Educação, os 2338 alunos que hoje continuam sem aulas há pelo menos a uma disciplina desde o início do ano letivo devem comparar com os dois mil do mesmo período do ano passado".
"Segundo a própria notícia, hoje há 41 mil alunos sem aulas neste momento, mas não desde o início do ano letivo. Um número que compara com os 19 mil de há um ano. Esta não é a primeira vez que o Ministério da Educação é pouco sério na utilização dos números", acusou.