
André Ventura participou hoje num almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal, que decorreu num hotel em Lisboa, e foi questionado sobre um eventual acordo com a AD após as eleições legislativas de 18 de maio, para garantir estabilidade governativa.
Na resposta, o líder do Chega disse que há "suspeitas que parecem graves sobre alguém que é candidato a primeiro-ministro" e defendeu que, "antes de qualquer maioria, é preciso exigir transparência e esclarecimento".
Ventura voltou a exigir explicações de Luís Montenegro sobre as notícias que têm sido conhecidas em torno da empresa Spinumviva e do seu património.
"Ninguém está aqui a falar da vida privada e da vida íntima, estamos a falar de questões que são importantes do exercício de funções de primeiro-ministro, do seu enriquecimento e de recebimento de vantagens", indicou, referindo que "é isto que tem de ser esclarecido como exigência fundamental à construção de qualquer maioria".
O líder do Chega considerou que, "entre um governo de maioria sem ética e um governo sem maioria, mas com ética", preferirá "sempre o governo sem maioria, mas com ética e com transparência".
"De nada valerá a estabilidade se daqui a três semanas, ou quatro, ou cinco semanas formos confrontados com outras notícias que implicam ou implicarão ainda mais o primeiro-ministro e que derrubarão um governo que tenha maioria, maioria absoluta ou qualquer outra", sustentou, apelando a Luís Montenegro para "sair da frente e deixar os outros governar".
Questionado durante a sessão sobre o que diria ao primeiro-ministro caso este lhe ligasse a desfazer o "não é não", o presidente do Chega disse ter bloqueado o número de Luís Montenegro no seu telemóvel.
Em declarações aos jornalistas no final da iniciativa, André Ventura disse que a sua afirmação anterior não era verdadeira e que não bloqueia "o número a ninguém".
"Eu não estou de relações cortadas com ninguém. Eu sou um homem de relações abertas... Bom, num sentido político", afirmou.
FM // JPS
Lusa/Fim