
O Boavista emitiu esta sexta-feira um comunicado oficial a anunciar liquidação do clube. Emblema vai recorrer da decisão.
O Boavista anunciou liquidação do clube. Esta sexta-feira, realizou-se uma assembleia de credores do Boavista e foi chumbado o Plano de Recuperação, com três credores a votar a favor da liquidação. Em nota oficial, o clube revelou que recorrerá desta decisão nos próximos dez dias.
«Isto não significa o fim do Boavista Futebol Clube. Mesmo entre quem votou por essa solução, existe o entendimento de que é vital manter o clube em funcionamento e preservar o património indispensável à sua atividade (…) O Boavista continuará a dialogar com os principais credores no sentido de alcançar um acordo que sirva o interesse de todos».
Caso se concretize esta decisão, o emblema da Invicta terá de passar imediatamente parte do património aos credores. É mais uma notícia complicada para o universo do clube do Bessa, que deixou a Primeira Liga na temporada transata. Neste momento, o Boavista prepara-se para jogar a última divisão distrital da Associação de Futebol do Porto.
Eis o comunicado oficial na íntegra:
«O Boavista Futebol Clube informa os seus associados, adeptos e o país desportivo que, na assembleia de credores realizada hoje, a maioria deliberou:
- a) não adiar por 30 dias a votação do plano de recuperação apresentado — decisão que teria permitido conhecer o desfecho do processo de recuperação da Boavista SAD e apresentar integralmente o projeto em curso, bem como as negociações em andamento;
- b) a liquidação do Clube.
Num momento grave e marcante para a história do Clube, da cidade e do desporto em Portugal, importa esclarecer que a “liquidação” deliberada não significa o fim do Boavista Futebol Clube. Mesmo entre quem votou por essa solução, existe o entendimento de que é vital manter o Clube em funcionamento e preservar o património indispensável à sua atividade.
O Boavista enfrenta o maior desafio da sua história, mas tem futuro e viabilidade. A união de todos os boavisteiros é agora ainda mais essencial para um objetivo comum: manter o património que permitirá honrar compromissos, assegurar a recuperação e continuar a promover a prática desportiva.
Importa referir que, neste processo, ficou patente que alguns dos principais credores privilegiam a alienação de património imobiliário do Clube, impedindo assim a apresentação e discussão do plano que permitiria pagar à totalidade dos credores — e não apenas a alguns — e garantir a continuidade da atividade e a reestruturação financeira e desportiva do Boavista.
Importa igualmente salientar que todos os credores, exceto três, votaram favoravelmente à recuperação e aos interesses do Boavista.
E importa também deixar claro que esta decisão pode ainda ser revertida. O Clube dispõe de 10 dias para recorrer desta deliberação — o que evidentemente fará —, dispondo de argumentos sólidos para defender a sua viabilidade. O Boavista continuará a dialogar com os principais credores no sentido de alcançar um acordo que sirva o interesse de todos.
A Direção julga ser de grande importância sublinhar o apoio que tem recebido do Estado e da Câmara Municipal do Porto, apelando para que todos se mantenham firmes neste processo, assegurando que todas as acções são orientadas para a recuperação do Clube.
A Direção continuará a exercer o mandato para o qual foi eleita, colaborando com a administradora de insolvência e prosseguindo as negociações com investidores e parceiros capazes de viabilizar, de imediato, o futuro do Boavista e de garantir a sua sustentabilidade para as próximas gerações.
Reafirmamos que o processo será conduzido com total respeito pelos princípios da legalidade e da equidade entre credores, e que o objetivo permanece inalterado: assegurar um Boavista forte, viável e competitivo, na posse dos seus ativos e orientado para o futuro.
Apelamos a todos os boavisteiros que permaneçam unidos, que apoiem as nossas equipas e que, com orgulho, façam ouvir a sua voz para a todos mostrar porque honramos o nosso distintivo bairrista. Porto, 5 de setembro de 2025 Boavista, sempre!»