
A procura de crédito por parte das empresas subiu ligeiramente no segundo trimestre de 2025, anunciou esta terça-feira o Banco Central Europeu (BCE), nos resultados do inquérito a 155 grandes bancos da zona euro. Esta tendência deverá manter-se no terceiro trimestre do ano, acrescenta o BCE, apesar da persistência das tensões geopolíticas e comerciais.
Os empréstimos bancários, principal fonte de financiamento das empresas, têm vindo a recuperar lentamente no último ano, uma vez que o BCE reduziu rapidamente as taxas de juro. No entanto, no primeiro trimestre de 2025, o BCE foi surpreendido por uma retração da procura de crédito empresarial.
Estes desenvolvimentos apontam para a manutenção do atual nível das taxas de juro na próxima reunião de 24 de julho. Contudo, a autoridade de supervisão manterá a porta aberta a novas flexibilizações até ao final do ano, sendo que os mercados ainda antecipam mais um corte nas taxas antes de o banco concluir o processo de redução dos custos de financiamento.
Os critérios de concessão de crédito tornaram-se ligeiramente mais restritivos no caso do crédito à habitação, e de forma mais acentuada no crédito ao consumo. A procura de empréstimos à habitação aumentou de forma significativa, enquanto a procura de crédito por parte das empresas permaneceu fraca.
“A descida das taxas de juro, a melhoria das perspectivas no mercado da habitação e, em menor grau, a confiança dos consumidores foram os principais fatores que contribuíram para a continuação do aumento da procura de crédito à habitação”, refere o BCE, acrescentando que “a procura de crédito ao consumo e de outros empréstimos às famílias aumentou apenas ligeiramente, com a descida das taxas de juro e outros fatores a compensarem os efeitos negativos da menor confiança dos consumidores e da redução das despesas em bens duradouros”.
Segundo o BCE, no terceiro trimestre de 2025, os bancos esperam um aumento líquido da procura de empréstimos por parte das empresas (percentagem líquida de 7%), um novo aumento líquido substancial dos empréstimos à habitação (percentagem líquida de 21%) e uma procura praticamente inalterada de crédito ao consumo (1%).
O acesso dos bancos da área do euro ao financiamento de retalho e por grosso melhorou ligeiramente no segundo trimestre de 2025, impulsionado pelo financiamento de curto prazo, pelos mercados monetários e pelos títulos de dívida, tendo permanecido globalmente inalterado no que respeita às titularizações. Nos próximos três meses, os bancos esperam que o acesso a estas fontes de financiamento se mantenha globalmente estável.