
O endividamento do setor não financeiro aumentou 17 mil milhões de euros em 2024 face ao ano anterior, para 814,1 mil milhões de euros, informou nesta sexta-feira o Banco de Portugal (BdP). Do endividamento total, 454,6 mil milhões de euros respeitavam ao setor privado (empresas privadas e particulares) e 359,4 mil milhões de euros ao setor público (administrações públicas e empresas públicas).
De acordo com o banco central, o endividamento do setor público subiu 11,6 mil milhões de euros face a 2023, tendo-se este acréscimo verificado, sobretudo, “junto de entidades não residentes (+10,6 mil milhões de euros), por via de títulos de dívida, maioritariamente de longo prazo, e de entidades das administrações públicas (+3,2 mil milhões de euros)”. Pelo contrário, diminuiu 2,2 mil milhões junto do setor financeiro e dos particulares.
No setor privado, o endividamento aumentou 5,4 mil milhões de euros, devido, sobretudo, ao aumento do endividamento dos particulares junto do setor financeiro (+4,7 mil milhões de euros), por via do crédito à habitação. Já o endividamento das empresas privadas manteve-se estável, uma vez que o aumento do endividamento perante o resto do mundo e o setor financeiro foi compensado por uma redução do endividamento junto dos outros setores residentes, com destaque para as empresas.
No final do ano passado, a construção e atividades imobiliárias, o comércio e as indústrias eram os setores de atividade económica com maior peso no endividamento das empresas privadas, correspondendo, em conjunto, a 52% do total. Em termos de dimensão, as grandes empresas e as microempresas eram as mais representativas (31% e 27%, respetivamente).
Apesar de o endividamento do setor não financeiro ter aumentado nominalmente em 2024, o crescimento do PIB foi superior, por isso, em percentagem do PIB, o endividamento do setor não financeiro diminuiu 11,4 pontos percentuais, para 286,6%. O endividamento do setor público reduziu-se de 130,1% para 126,6%, e o endividamento do setor privado decresceu de 168% para 160,1% do PIB. Em termos de variação anual, entre o final de 2023 e o final de 2024, o endividamento total das empresas privadas cresceu 1,2%, mais 3,5 pontos percentuais do que no ano anterior. Já a taxa de variação anual do endividamento dos particulares apresentou uma tendência de crescimento ao longo de 2024, sendo que, entre o final de 2023 e o final de 2024, aumentou 3,8%.
Agência Lusa
Editado por Jornal PT50