
O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, reconheceu esta Quinta-feira, 01, que ainda persistem disfuncionalidades na gestão do fundo de pensões, riscos elevados na sustentabilidade das pensões de reforma dos funcionários que ingressaram na administração pública até 2005 e falhas no diálogo social.
Numa mensagem por ocasião do Internacional do Trabalhador, José Maria Neves considerou que os salários e os rendimentos são baixos e que as funções públicas são excessivamente partidarizadas.
“Nestes 50 anos, conseguimos, juntos, muitos ganhos nos domínios das relações de trabalho, das carreiras e salários, da formação profissional, da segurança social e da melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores. O salário mínimo, o subsídio desemprego e a regulação paritária dos serviços mínimos em tempos de greve são, também, conquistas relevantes”, referiu o chefe de Estado.
José Maria Neves admitiu ter consciência das dificuldades por que passam os trabalhadores cabo-verdianos nas ilhas e na diáspora.
“As restrições à mobilidade humana e as atitudes anti-imigrantes e discriminatórias, em vários países de acolhimento, têm criado sérios constrangimentos aos nossos compatriotas no estrangeiro. Tal situação merece um seguimento atento e pró-activo das autoridades competentes”, realçou o chefe de Estado, numa nota publicada na sua conta da rede social Facebook e consultado pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA.
Em Cabo Verde, segundo o Presidente, verifica-se a saída massiva de mão de obra, particularmente de jovens, o que tem tido impactos muito grandes no mercado de trabalho e na produtividade das empresas.
“Análises acuradas devem ser efectivadas, para avaliar esses impactos e formar políticas públicas pertinentes. Face a tais desafios, neste ano em que comemoramos o 50° aniversário da Independência, devemos insistir num grande Djunta Mon de todos – Estado e autarquias locais, partidos políticos, sindicatos, igrejas, organizações não governamentais, universidades, enfim, sociedade civil, sociedade política e cidadãos – para abrirmos juntos novas possibilidades de futuro e construirmos um país próspero e moderno, onde as oportunidades são partilhadas e todos vivem com dignidade”, apelou.
Defendeu, igualmente, melhores salários e rendimentos e, consequentemente, menos pobreza e menos desigualdades sociais, mais e melhor saúde, mais e melhor educação, mais e melhor qualidade de vida, que só se conseguem com mais produtividade e mais crescimento.