Em declarações aos jornalistas à saída da reunião do Conselho de Ministros, Sissoco Embaló reagiu à ameaça da greve geral da Frente Social que deverá durar sete dias, a partir de hoje, mas assegurou que será levantada.

"Estamos a conversar com eles, vai ser ultrapassada", disse Embaló, adiantando ter dado instruções ao primeiro-ministro, Rui Duarte de Barros, no sentido de convocar a Frente Social ainda hoje.

Umaro Sissoco Embaló afirmou ser normal a greve dos funcionários, que a utilizam como força de pressão.

"Há greve em toda a parte do mundo, não podemos tomar a Frente Social como algo estranho. Há greve em França, nos Estados Unidos. É um grupo de pressão dos funcionários públicos. Eu mesmo fui funcionário público", declarou o Presidente guineense.

Umaro Sissoco Embaló adiantou que até sexta-feira haverá um entendimento e a greve será levantada.

A Frente Social, que reúne sindicatos da saúde e da educação, acusa o Governo de incumprimento de um memorando de entendimento assinado do dia 24 de março, em que, entre outros pontos, consta o pagamento de 16 meses de salários aos novos técnicos da saúde, pagamento de dívidas aos professores desde 2004, observância de critérios legais para nomeações de diretores de escolas e hospitais e melhorias de condições de serviço.

"Os sindicatos são grupos de pressão. É preciso negociar com eles. Vou receber a Frente Social na sexta-feira", afirmou Sissoco Embaló, que também comentou a anunciada manifestação da Frente Popular no próximo dia 25.

Esta plataforma composta por sindicatos e associações juvenis promete sair às ruas do país para reclamar "a reposição da ordem democrática e o fim da supressão das liberdades fundamentais".

O Presidente guineense considera que a Frente Popular, liderada pelo jornalista e ativista cívico Armando Lona, "não tem personalidade jurídica".

"Que saiam. Acham que têm o direito a sair, que o façam. Disse-vos que não haverá desordem neste país. Que saiam, vão ver que há ordem neste país", avisou Sissoco Embaló.

 

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