Inspirada na vida e obra de Luís Vaz de Camões, quando se assinalam os 500 anos do nascimento do autor d''Os Lusíadas', 'Cabo das Tormentas" tem dramaturgia e direção de Diana Bernedo e Miguel Martins Pessoa, e "entrelaça a história de Portugal e da Europa com os desafios do presente", constituindo também "uma homenagem aos esquecidos, aos poetas e à eterna influência de Camões", segundo a sinopse da obra.

Apresentada em Almagro na passada sexta-feira, 25 de julho, 'Cabo das Tormentas' regressa hoje a palco para a sessão de encerramento, como melhor espectáculo contemporâneo do festival de teatro clássico da cidade da comunidade de Castela -- La Mancha.

De acordo com a companhia portuguesa, a peça 'Cabo das Tormentas' foi apresentada na versão original, em português, com legendagem em espanhol, combinando "textos de grandes escritores como Luís Vaz de Camões, Florbela Espanca, Fernando Pessoa, Jeanette Winterson e José Saramago."

"Epopeia crítica sobre os descobrimentos, numa incursão atual pelo universo de um grupo de mendigos, no qual o espírito de Luís Vaz de Camões se revela através das tormentas de um deles, num entrelaçar de momentos da história de Portugal e do mundo, com a realidade contemporânea", 'Cabo das Tormentas' é "um olhar sobre a memória, a velhice e o esquecimento, numa viagem de idas e voltas nas ondas do mar, onde tempestades se misturam com realidade, ficção e o canto de sereias", descreve a Janela Aberta Teatro.

Para a imprensa espanhola, "a obra é uma harmoniosa e impactante fusão de texto com o Teatro Físico, o Mimo contemporâneo e a Dança, numa arrojada dramaturgia de Diana Bernedo e Miguel Martins, que arrebatou o público presente e o júri, que premiaram elenco, equipa artística e técnica com uma ovação de aplausos".

Segundo o jornalista Paco Alberola, da Revista AlicanteMAG, ex-director do Festival de Teatro y Música Mediaval de Elche, que esteve na sessão de sexta-feira, "'Cabo das Tormentas' arrasa como uma tempestade bíblica."

'Cabo das Tormentas' competia pelo prémio de melhor espectáculo de dramaturgia contemporânea com as produções espanholas 'Las bizarrías', da Campanhia Reverso, 'Free Britney, da Campanhia Merienda Dramática, e 'Las preciosas ridículas', pela Campanhia Arroz, com a Costra Producciones e Marcos Altuve.

A peça tem interpretação de Pedro Monteiro, Miguel Martins Pessoa, Teresa Manjua, Fernando Cabral, Daniela Veiga e Catarina Ferreira.

Trinta e cinco peças de teatro, ateliês e provas de gastronomia, feira de artesanato, espetáculos musicais, de dança, exposições e oficinas de artesanato fizeram a edição deste ano do festival espanhol de teatro clássico, que teve início no passado dia 03 de julho e encerra hoje, com o regresso ao palco da companhia de Faro.

Além da Janela Aberta Teatro, o Festival de Almagro também contou com a companhia portuguesa Chapitô, que levou aos palcos espanhóis a criação coletiva 'Rei Lear', a partir do clássico de William Shakespeare, com direção de José C. García.