
A primeira edição do Concurso Internacional de Empreendedorismo e Inovação da Rede Internacional Académica da Lusofonia (RIAL) premiou três projetos de destaque oriundos de Moçambique, Angola e Cabo Verde, reconhecendo ideias inovadoras com forte impacto social e ambiental. A apresentação das propostas decorreu na quarta-feira, 16 de julho, no auditório da Escola Superior de Gestão e Tecnologia do Instituto Politécnico de Santarém.
O primeiro lugar foi atribuído ao projeto moçambicano “Produção de Paver na base de plástico reciclado”, desenvolvido por Ivandro Ribeiro, do ISMU Moçambique. A iniciativa propõe a transformação de plástico recolhido nas ruas em pavimentos, dando uma “segunda vida” a resíduos e contribuindo para a melhoria das vias públicas e da mobilidade urbana e pedonal, com benefícios diretos na qualidade de vida das populações.
O segundo lugar foi para o projeto “Twala”, apresentado por Lourença Maria Quilungano, da UniKiVi Angola. A proposta consiste numa bengala eletrónica inteligente, equipada com sensores ultrassónicos e algoritmos de inteligência artificial básica, que gera alertas por vibração e som. O Twala promove autonomia, segurança e inclusão de pessoas com deficiência visual, tanto em ambientes urbanos como rurais.
Em terceiro lugar ficou o projeto “Saúde Familiar, Lar saudável, família feliz!, Lda”, da responsabilidade de Aline Évora Sousa, da Universidade de Mindelo, em Cabo Verde. A iniciativa tem um forte caráter social, com o objetivo de promover a saúde integral e o bem-estar das famílias cabo-verdianas, através de ações centradas no núcleo familiar.
A entrega do primeiro prémio foi feita por Luís Marques Mendes que durante a intervenção reforçou a necessidade reforçar a cooperação entre os países lusófonos.
O antigo líder do PSD defendeu que quanto mais se investir em África, “mais peso” Portugal terá no seio da União Europeia.
“O nosso peso na União Europeia não é apenas o do nosso território. Podemos ser uma porta aberta para a entrada da União Europeia em África, e isso reforça o prestígio de Portugal”, referiu.
Luís Marques Mendes lamentou ainda que a Lusofonia continue a ser “um parente pobre da política externa portuguesa” e apelou a um reforço da cooperação entre os países da CPLP, considerando-a “um dos quatro eixos fundamentais” da atuação internacional do país, a par da Europa, da relação transatlântica e das comunidades portuguesas.
Marques Mendes considerou essencial um maior investimento na língua portuguesa, na cultura e na formação de professores, bem como concretizar o acordo de mobilidade da CPLP, assinado em 2021.
“Portugal vai precisar de imigrantes. E se forem de países lusófonos, a integração será mais fácil”, afirmou.
O candidato presidencial alertou ainda que Portugal está a investir “pouco na Lusofonia”, sobretudo no reforço da língua portuguesa, que classificou como “o laço mais indestrutível” entre Portugal e os países que este ano celebram 50 anos de independência.
“Estamos a fazer esse caminho e acredito que haverá mais investimento nesta área. É bom para Portugal, é bom para os países africanos de língua portuguesa, é bom para o Brasil. Somos a oitava língua mais falada no mundo”, concluiu.