
O deputado do Chega, Nuno Gabriel, protagonizou esta sexta-feira uma intervenção polémica na Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República, ao dirigir-se à deputada do Livre, Filipa Pinto, com uma insinuação de teor sexual.
Durante a audição ao ministro da Educação, Fernando Alexandre, que decorria num contexto de debate sobre a Educação Sexual nas escolas, o parlamentar do Chega afirmou:
“Senhora deputada Filipa Pinto, se me permite, essa coisa de andar sempre nisso do sexo e das crianças, com todo o respeito, pode não me ficar bem, mas arranje lá um quarto e faça aquilo que quiser.”
A declaração causou de imediato revolta no hemiciclo, com Filipa Pinto a reagir indignada, condenando a linguagem utilizada por Nuno Gabriel.
“Os termos em que se me dirigiu não são dignos desta casa e de quem temos à nossa frente, o ministro da Educação, e muito mais em relação ao País”, respondeu a deputada do Livre, visivelmente perturbada com a natureza da intervenção.
As palavras de Nuno Gabriel foram amplamente criticadas pelos restantes deputados presentes, num momento que trouxe novamente à tona as tensões políticas e o tom muitas vezes agressivo adotado por representantes do Chega nos debates parlamentares.
Nuno Gabriel, advogado de 47 anos, é candidato do Chega à Câmara Municipal de Sesimbra nas eleições autárquicas de 2025, sendo eleito deputado por Setúbal, integrando o grupo de quatro parlamentares da extrema-direita eleitos por este círculo nas últimas legislativas.
A situação reacende o debate sobre o nível de civilidade nas intervenções parlamentares e levanta questões sobre o respeito institucional no debate político, sobretudo em temas tão sensíveis como a educação sexual nas escolas portuguesas.