Um grupo de 12 jovens brasileiras, com idades entre os 16 e os 22 anos, irá fazer história no próximo dia 10 de julho no NOS Alive, atuando pela primeira vez em Lisboa com a Orquestra Sinfónica Juvenil Chiquinha Gonzaga. Provenientes da rede pública de ensino do Rio de Janeiro e oriundas de contextos sociais vulneráveis, estas jovens integram um projeto musical transformador, apoiado pela GALP, que lhes abriu caminho para os grandes palcos da Europa — e agora de Portugal.

A estreia acontece no Palco Fado Café, num dos maiores festivais de música da Europa, partilhando cartaz com artistas como Olivia Rodrigo e Parov Stelar. O repertório da atuação reúne clássicos da música brasileira como A Banda (Chico Buarque), Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), Anunciação (Alceu Valença) e Abre Alas (Chiquinha Gonzaga), num concerto que promete emocionar e marcar a memória do público português.

Criada em 2021, a OSJ Chiquinha Gonzaga é composta exclusivamente por raparigas e surgiu com um objetivo claro: promover a representatividade feminina no universo da música clássica e popular brasileira. Desde então, o projeto já impactou mais de 700 alunas e formou uma geração de instrumentistas que pisam agora os mais prestigiados palcos internacionais.

Este será o quarto périplo internacional da Orquestra, após digressões por Portugal (Cascais e Braga), Espanha, Suíça e França. Em novembro de 2025, o grupo prepara-se para uma consagração absoluta: uma atuação no Carnegie Hall, em Nova Iorque, um dos mais emblemáticos palcos mundiais.

A vinda a Lisboa resulta de uma parceria sólida com a GALP/Petrogal Brasil, que patrocina o projeto através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, permitindo não só a manutenção da Orquestra, mas também a criação de sete pólos de formação musical em comunidades de elevada vulnerabilidade no Rio de Janeiro. Nesses centros, mais de 700 alunas recebem formação gratuita, têm acesso a instrumentos de qualidade, bolsas de estudo e ensino com professores de referência oriundos de universidades e orquestras brasileiras.

“Mais do que formação musical, este é um projeto de emancipação, de construção de futuro e de justiça social”, sublinha Moana Martins, diretora executiva da Orquestra, que realça a importância do apoio da GALP na transformação de vidas através da arte.

O nome da Orquestra presta homenagem a Chiquinha Gonzaga, primeira maestrina do Brasil e símbolo da luta feminina pela igualdade. A compositora do século XIX enfrentou barreiras sociais e políticas para afirmar-se como figura central da música popular brasileira, e inspira agora novas gerações a usarem a música como ferramenta de afirmação, liberdade e transformação social.

Desde a sua fundação, a Orquestra tem partilhado palco com artistas de renome como Elba Ramalho, Maria Gadú, Toni Garrido e Mónica Salmaso, entre outros, além de nomes da música erudita como Carla Caramujo e Eric Herrero.

No NOS Alive, estas jovens não representam apenas o Brasil — representam a força da música como linguagem universal e instrumento de igualdade. Trazem nas mãos os seus instrumentos e nos olhos o brilho de quem venceu os obstáculos e subiu ao palco da vida com dignidade e coragem.