A Google Cloud anunciou a implantação do Sol, o seu segundo cabo submarino transatlântico que ligará Espanha aos Estados Unidos, com passagem pelos Açores. Esta nova infraestrutura completará e reforçará a rede global do fornecedor de serviços cloud, contribuindo para otimizar a conectividade entre os dois lados do Atlântico. O Sol junta-se a outras infraestruturas importantes do Google, como os cabos Nuvem, Firmina e Equiano, consolidando o papel estratégico do Atlântico como eixo de conectividade digital global.

O cabo Sol será fabricado nos Estados Unidos e, uma vez operacional, se tornará o único cabo de fibra ótica em serviço que ligará a Europa ao estado da Flórida. No lado espanhol, a colaboração com a Telxius permitirá que a infraestrutura chegue a Santander, reforçando a integração da região do Google Cloud de Madrid na sua rede global.

Mario Martín, diretor executivo da Telxius, enfatizou: “Na Telxius, estamos muito satisfeitos em apoiar a Google para trazer o cabo Sol para Espanha. Trata-se de um marco extraordinário que impulsionará a conectividade transatlântica com maior capacidade, fiabilidade e resiliência. Com os nossos serviços de aterragem de cabos submarinos, esperamos acelerar a execução do projeto e contribuir para expandir as redes globais dos nossos clientes».

Segundo explicou a Google Cloud, a nova conexão transatlântica permitirá aumentar a capacidade da rede, melhorar a confiabilidade e reduzir a latência para os usuários e clientes da Google Cloud em todo o mundo. O objetivo é responder à crescente demanda por serviços na cloud e inteligência artificial tanto na Europa quanto na América do Norte e outras regiões.

Segunda conexão submarina direta entre Espanha e Estados Unidos

A entrada em funcionamento do Sol terá lugar apenas quatro anos após a implantação do Grace Hopper, o primeiro cabo submarino propriedade da Google que ligou os Estados Unidos à Espanha e ao Reino Unido. O Grace Hopper, que chegou a Sopelana (Bilbao), foi concebido com 16 pares de fibras óticas para melhorar a fiabilidade e a capacidade da rede, contribuindo também para o desenvolvimento da infraestrutura de telecomunicações europeia.

A escolha de Santander como ponto de chegada do novo cabo conta com o apoio institucional das autoridades locais, que destacaram o impacto positivo desta infraestrutura na economia regional e o seu papel como elemento estratégico para atrair investimentos tecnológicos e promover o desenvolvimento do teletrabalho e dos serviços digitais avançados.

Gema Igual, presidente da Câmara Municipal de Santander, explicou: «A conectividade digital é hoje um fator estratégico para o desenvolvimento económico e social de qualquer cidade. Na Câmara Municipal de Santander, estamos empenhados em facilitar este tipo de infraestruturas, porque a sua implementação atrai investimento, talento e empresas tecnológicas, além de gerar emprego e posicionar-nos como uma cidade preparada para o teletrabalho, os serviços avançados e o modelo Smart City. Por isso, agradecemos o interesse que a Google demonstrou pela nossa costa e por escolher Santander como ponto de conexão transatlântica.

Rota transatlântica com pontos-chave nos Açores

O traçado do cabo Sol partirá de Palm Coast, na Flórida, e incluirá conexões intermediárias nos Açores. A Google Cloud irá colaborar com a DC BLOX para estabelecer o ponto de aterragem em Palm Coast e construir uma nova estação de conectividade que reforçará a infraestrutura digital do estado. Além disso, está prevista a implantação de uma rota terrestre que ligará Palm Coast à região cloud da Carolina do Sul, ampliando a cobertura no leste dos Estados Unidos.

Com este projeto, a Google procura proporcionar redundância e resiliência adicional ao cabo Nuvem, estabelecendo dois sistemas interligados em terra que proporcionam maior fiabilidade à conectividade transatlântica. As autoridades dos, Açores e Portugal apoiaram publicamente a iniciativa, destacando o valor estratégico da região atlântica como ponte digital entre a Europa e a América do Norte.

Quando entrar em funcionamento, o Sol fará parte da infraestrutura que serve as 42 regiões globais da Google Cloud, uma rede em constante expansão. A implantação de novos cabos submarinos é uma das chaves para atender ao crescimento do tráfego de dados associado a serviços na cloud e IA, que exigem conectividade robusta e de baixa latência.