O partido que cerra os dentes quando discorre sobre despedimentos e levanta o dedo contra os patrões é o mesmo que arranja um trabalho com salário mixuruca à líder que fez o maior corte de funcionários de sempre no BE.
Quem atravessa o rio para trabalho, lazer ou turismo não pode continuar refém de anacronismos ideológicos e amadorismos de gestão. O Tejo deve ser poupado às lutas de classes serôdias e às cruzadas partidárias travadas com o dinheiro de quem compra títulos de transporte e com os impostos de todos nó
Chega e BE alimentam-se do deslaçar das sociedades, sobrevivem graças ao ressentimento que ajudam a perpetuar e prosperam parasitando vidas miseráveis para ganhos de ocasião. Uns e outros têm nestas vidas periféricas o seu ganha-pão político.
Não foram poucas as vezes que, nos últimos tempos, me lembrei de Michael Jordan. Não pelo patamar divino a que elevou o basquetebol, mas por uma escolha com mais de 30 anos que feita hoje o faria tombar de todos os pedestais.
Os mesmos que se sobressaltaram com a entrevista de Maria João Avillez ao PM não dispensaram um segundo a lamentar a entrevista feita por António Costa ao PR ou ao governador do Banco de Portugal, seu ex-ministro das Finanças e que pretende ser candidato presidencial.
O marasmo mental é o habitat natural do “português de bem”, que se enjoa com um suave cheiro a novidade e recusa a mera hipótese de mudança. As preocupações maiores, além do salário ou da pensão ao fim do mês, são o buraco na estrada da sua rua, a quantidade de sal no bacalhau ou a que horas joga o
O Livre foi capaz de mostrar o seu lado cintilante, mas também o mais obscuro. Já houve Livre do compromisso e da dissensão, Livre da candura e do cinismo, Livre da inclusão e dos saneamentos, Livre da lisura de processos e de caciques e galopins. Livre de paz e, sobretudo, de guerra – onde o fundam
Pedro Nuno Santos, o santo padroeiro dos trabalhadores, aceitou conduzir um dos maiores despedimentos coletivos de que há memória no país, e aquiesceu um plano de reestruturação da TAP com cortes de salários draconianos.
No manicómio a que só por sentimento de pertença e carinho teimamos chamar Portugal, foram destruídos ratos e teclados porque existem pessoas a fazer pela vida a vender bolas de berlim.
O PCP, tratado com a bonomia do costume por alguma imprensa de punho erguido e criaturas rasas que saltam das redes sociais e das afinidades do Lux para os jornais, não mudou nem mudará. O rescaldo das “eleições” venezuelanas foi só mais um lembrete.
Um direito não vive por si, isolado dos demais, como se fosse uma ilha. O exercício do direito à greve, além de um sintoma e de uma manifestação de liberdade, é também um fardo.
O PAN, que se transfigura quando tenta parecer mais do que aquilo que é – um clube de amigos animalistas despolitizados, que viu no PS a oportunidade de ser um PEV mais airoso – , tomou a causa animal para si.
Sem a solenidade que caracterizava as aparições de Sampaio ou Cavaco e desprovido da autoridade que é reconhecida a Eanes, Marcelo tentou, sem sucesso, ser Soares.
O ex-ministro propôs aos leitores um “exercício de inferência lógica” para tentar demonstrar que “a conclusão mais simples é também a mais exata”: o teste do pato.
A história de cada um, e dos Estados fora dos quais ninguém existe, não é uma conta-corrente entre passado e presente. Nem é um exercício de penitência por pecados cometidos por outrem ou tão-pouco de permanente apuramento do valor de indulgências.