![Bancos otimistas com os resultados no crédito à habitação](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
Paulo Moita de Macedo, CEO da Caixa Geral de Depósitos, revelou nesta quinta-feira, no âmbito da convenção da Century 21, uma das mediadoras de imobiliário líderes do mercado, que a Caixa fechou em grande a alínea de crédito a habitação com mais de 400 milhões de euros colocados em dezembro de 2024, um acréscimo de 30% face ano anterior. Adiantou ainda que o segmento de fomento à construção está em rota ascendente, uma vez que o ano de 2024 fechou com mil milhões de euros atribuídos aos promotores imobiliários.
Foi com um tom de otimismo que três banqueiros portugueses, Paulo Moita de Macedo, Miguel Maya, CEO do Millennium BCP, e João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, conversaram sobre o papel do banco no imobiliário, uma iniciativa que decorreu no Casino de Lisboa.
Os banqueiros concordam com Joao Pedro Oliveira e Costa, que afirma que a atual escassez de oferta não se deve à banca, mas sim a outros fatores exógenos ao sistema financeiro, dos quais se destaca uma “persistente” falta de planeamento e articulação por partes dos decisores políticos, bem como a “muito complicada e burocrática” gestão dos dossiers a nível administrativo e autárquico.
A este propósito, Paulo Macedo refere, por exemplo, a necessidade de regulamentar rapidamente a medida que permite transformar de forma ágil os alvarás de imobiliário para escritórios em alvarás para habitação. Uma medida que a ser implementada vai libertar “rapidamente e dentro de poucos anos”, inúmeros metros quadrados de habituação no mercado.
Com o pretexto de discutir um estudo apresentado pela Century 21 sobre a habitação para os jovens, os banqueiros sublinharam que, da parte das instituições financeiras, tudo tem sido feito. Miguel Maya afirma que 30% do novo crédito à habitação em 2024 foi atribuído a jovens, o melhor ano de sempre desde 2001.
A taxa de esforço também não pode ser apontada como um dos impedimentos na atribuição de crédito à habitação. Segundo Paulo Moita de Macedo, a Caixa pretende fechar 2025 com 30% de taxa de esfoço, um decréscimo de 14 pontos percentuais face ao que acontecia no fecho de 2023. Ou seja, a pressão da carteira parece não estar desse lado. Miguel Maya diz que atualmente o banco já pode ir até uma taxa superior a 50% em determinadas situações. Aponta sim, alguns aspetos macro prudenciais que poderiam ser revistos, como, por exemplo, a necessidade de os bancos trimestralmente terem de garantir que a sua carteira de crédito tem uma maturidade média não superior a 30 anos.
Já João Pedro Oliveira e Costa alinha pelo mesmo diapasão, defendendo que não há restrições no crédito à habitação, há sim “urgência em aplica” as medidas discutidas e encontrar consonância entre todos os atores políticos para as implementar.
O tema da consonância e da necessidade de estabilidade para suportar investimentos nesta área foi outro dos assuntos abordados nestes mesa-redonda, moderada por Ricardo Costa, da SIC Notícias, um dos parceiros do evento.