O diretor-geral das Artes, Américo Rodrigues, abordou o tema em Santa Maria da Feira, em declarações à margem do seminário internacional 'Redes Culturais num mundo em mudança - O que são e para que servem?', promovido pelo Conselho Metropolitano do Porto.

"A Direção-Geral das Artes já revelou os resultados dos concursos de internacionalização e ontem mesmo [terça-feira] revelou os do procedimento simplificado. Agora, durante os próximos dias, vai revelar os outros - de criação, programação e assim sucessivamente", adiantou à Lusa.

Aquele responsável admite que a conclusão dos concursos tem demorado, mas justifica o atraso: "Dado o elevado número de candidaturas, não se pode obviamente manter o ritmo de resposta anterior. O que tem acontecido é que todos os anos tem aumentado o número de candidatos - desta vez aumentou mais de 30% em relação ao ano anterior - e vamos ter que usar de um pouco mais de tempo".

Américo Rodrigues reconhece que a situação "preocupa os artistas", mas garante que "a Direção-Geral das Artes faz todos os esforços para ir divulgando as tomadas de decisão do júri à medida que lhe são apresentadas".

Os júris são, aliás, outro aspeto que influi nos tempos de espera para conclusão dos processos, já que, além de profissionais internos, esses coletivos integram igualmente "pessoas externas, especialistas", do que resultam "dinâmicas e ritmos de trabalho diferentes de comissão para comissão".

Mesmo assim, Américo Rodrigues realça: "Reforçámos as equipas até ao limite -- que é de nove pessoas no júri, como diz a lei - para, dentro dos prazos que nós próprios divulgámos, partilharmos as decisões".

Quanto ao teor das candidaturas em análise, o diretor-geral das Artes ressalta dois aspetos: "Onde há um crescimento maior é na área da Música, que agora tem mais candidatos do que o Teatro, quando antes era o contrário. E também aparecem muitas propostas por todo o país. No último concurso que divulgámos, o dos procedimentos simplificados, a maior parte do apoio é para a região Norte, quando costumava ser para Lisboa e Vale do Tejo".

De acordo com os resultados do Programa de Apoio a Projetos - Procedimento Simplificado, divulgados esta terça-feira, a Direção-Geral das Artes vai financiar 146 candidaturas -- o que representa mais 22 do que na anterior edição do concurso -- com um montante global de 690.000 euros, a executar até 31 de dezembro de 2026.

Das 492 candidaturas sujeitas a análises, 54 foram consideradas inelegíveis e 292 ficaram sem apoio, por se ter esgotado a verba disponível para o efeito.