Num palco onde se mede o futuro da inteligência artificial com a régua da segurança e da inovação, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCT) reafirmou, uma vez mais, a excelência do seu trabalho. A equipa portuguesa Team RedTWIZ, liderada pelos investigadores David Semedo e João Magalhães, conquistou o segundo lugar na final do Amazon Nova AI Challenge, arrecadando um prémio de 100 mil dólares e o reconhecimento internacional pelo rigor científico e criatividade tecnológica.

Lançado em janeiro de 2025, o Amazon Nova AI Challenge é uma competição universitária inédita, promovida pela gigante tecnológica norte-americana, que propôs a um conjunto restrito de dez universidades de topo um desafio complexo e urgente: desenvolver soluções de IA Generativa — baseadas em grandes modelos de linguagem (LLMs) — capazes de resistir a ataques cibernéticos sofisticados. A iniciativa surge num contexto global marcado pela crescente adoção de assistentes de programação baseados em IA e pela preocupação crescente com a sua segurança e fiabilidade.

A final, disputada nos dias 26 e 27 de junho, em Santa Clara, Califórnia, colocou frente a frente quatro equipas finalistas, incluindo a da NOVA FCT, num torneio técnico concebido para simular cenários adversos e testar a robustez dos modelos em ambientes de elevado risco digital. Num verdadeiro stress test à segurança algorítmica, bots concorrentes procuraram vulnerabilidades em tempo real, forçando as soluções a demonstrar resiliência e adaptabilidade.

O desempenho português não passou despercebido. A Team RedTWIZ, composta por uma dezena de estudantes e investigadores — entre eles Diogo Silva (team leader), Rafael Ferreira, Diogo Tavares, João Soares, Artur Horal, Iago Paulo, Daniel Pina e Henrique Paz — destacou-se não apenas pela qualidade do código apresentado, mas pela abordagem inovadora no equilíbrio entre funcionalidade e segurança.

“A conquista da segunda posição numa competição internacional que reúne um conjunto de universidades de destaque mundial nas áreas do desenvolvimento científico e tecnológico, vem reforçar a qualidade da nossa investigação científica e da inovação demonstrada pelos nossos alunos”, sublinha João Magalhães, um dos mentores da equipa da NOVA FCT, evidenciando a maturidade crescente do ecossistema académico português no domínio da inteligência artificial.

O primeiro lugar foi partilhado entre as equipas PurpCorn-PLAN, da University of Illinois Urbana-Champaign, e PurCL, da Purdue University, que receberam 250 mil dólares cada. Tal como a NOVA FCT, a Team AlquistCoder, da Czech Technical University, também conquistou o segundo lugar. A participação de todas as equipas foi apoiada por uma bolsa inicial de 200 mil dólares, destinada ao desenvolvimento das suas soluções ao longo de vários meses.

Entre as conclusões destacadas pela Amazon, a primeira edição do desafio evidenciou avanços significativos na forma como a segurança pode ser integrada no design de sistemas de IA generativa. Foi particularmente relevante a demonstração de que a criação de dados sintéticos pode reforçar a capacidade de treino dos modelos e que o uso de cenários realistas é indispensável para o desenvolvimento ético e responsável desta tecnologia emergente.

Este não é um feito isolado para a NOVA FCT. Pelo terceiro ano consecutivo, a faculdade posiciona-se entre os dois primeiros lugares em desafios promovidos pela Amazon. Em 2023, a equipa portuguesa foi a grande vencedora do Alexa Prize TaskBot Challenge 2, arrecadando 500 mil dólares, e consolidando a reputação da instituição como um dos polos mais dinâmicos da investigação em inteligência artificial a nível europeu.

IA generativa está a moldar o futuro das interações digitais, e a participação da NOVA FCT neste desafio representa mais do que uma distinção académica: é um sinal de que o conhecimento desenvolvido em Portugal está não apenas a acompanhar o ritmo global, mas a definir caminhos seguros e eficazes para a tecnologia do amanhã.